É um tipo de vegetação cuja localização é
principalmente o nordeste brasileiro, mas ocorrendo também no norte de Minas
Gerais. Esta região é marcada pelo clima semi-árido, com chuvas irregulares.
Apresenta duas estações não muito bem definidas: uma quente e seca, e outra
quente e com chuvas. Na estação seca a temperatura do solo pode chegar a 60 ºC.
O sol forte acelera a evaporação da água das lagoas e rios que, nos trechos
mais estreitos, secam e param de correr. O cenário árido é a descrição da
Caatinga, que na língua indígena quer dizer Mata Branca, durante o prolongado
período de seca correspondente ao inverno. É comum a estação seca se prolongar
o que provoca grande mal à população do local.
A maior parte da população local sobrevive às custas de uma
agricultura insipiente, de um extrativismo vegetal pobre e de uma pecuária
irrisória. Existe a pecuária bovina e a pecuária caprina, sendo esta mais
importante que a outra. As cabras tiram seu sustento dos brotos das plantas e
até de raízes que buscam cavando com seus cascos. Ovinos deslanados também são
criados como alternativa.
O solo é raso e pedregoso, o que torna a
agricultura uma prática difícil na região. Existem algumas manchas de solo que
podem ser aproveitadas pela agricultura, e hoje em dia, com uma forte estiagem do
solo (pois este em geral é ácido) planta-se palma, e outras grãos e frutas com grande sucesso.
A fauna de répteis é abundante, podendo ser encontrados um
grande número de lagartos e cobras. Além disso, existem alguns roedores e
muitos insetos e aracnídeos. A dificuldade de se encontrar água é um obstáculo
para a existência de grandes mamíferos na região, mas são encontrados cachorros
do mato e outros animais que se alimentam principalmente de roedores. Quando
chove, no início do ano, a paisagem muda muito rapidamente. As árvores
cobrem-se de folhas e o solo fica forrado de pequenas plantas. A fauna volta a
engordar. Na Caatinga vive a ararinha-azul, ameaçada de extinção. Outros
animais da região são o sapo-cururu, asa-branca, cutia, gambá, preá,
veado-catingueiro, tatu-peba e o sagui-do-nordeste, entre outros.
cacto palma
O homem complicou ainda mais a dura vida no sertão. Fazendas
de criação de gado começaram a ocupar o cenário na época do Brasil colônia. Os
primeiros a chegar pouco entendiam a fragilidade da Caatinga, cuja aparência
árida denuncia uma falsa solidez. Para combater a seca foram construídos açudes
para abastecer de água os homens, seus animais e suas lavouras. Desde o
Império, quando essas obras tiveram início, o governo prossegue com o trabalho.
Os grandes açudes atraíram fazendas de criação de gado. Em regiões como o vale
do São Francisco, a irrigação foi incentivada sem o uso de técnica apropriada e
o resultado tem sido desastroso. A salinização do solo é, hoje, uma realidade,
especialmente na região onde os solos são rasos e a evaporação da água ocorre
rapidamente devido ao calor. A agricultura nessas áreas tornou-se impraticável.
também são responsáveis por este processo, devido ao corte
da vegetação nativa para produção de lenha e carvão vegetal.
O sertão nordestino é uma das regiões semi-áridas mais
povoadas do mundo. A diferença entre a Caatinga e áreas com as mesmas
características em outros países é que as populações se concentram onde existe
água, promovendo um controle rigoroso da natalidade. No Brasil, entretanto, o
homem está presente em toda a parte, tentando garantir a sua sobrevivência na
luta contra o clima.
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